O primeiro filme deste diretor sul-coreano que tive contato foi Oldboy, o segundo filme da sua conhecida Trilogia da Vingança iniciada com Mr. Vingança e finalizada com Lady Vingança. Em Mr Vingança, o personagem Ryu (Shin Há- kyun) é um homem surdo-mudo que vive com sua irmã (Lim Ji-Eun), uma jovem que precisa fazer um transplante de rim. Desesperado com a situação de sua única parente e disposto a tudo para salvar a vida de sua irmã, ele aceita doar um de seus rins, em troca da promessa de receber um outro que possa salvar a vida de sua irmã. Porém Ryu é enganado pelos traficantes e acaba ficando sem nada. Agora sem dinheiro para o transplante de sua irmã Ryu se vê em um beco sem saída, até que surge Cha Yeong-mi (Bae Du Na), uma amiga ativista. Juntos, eles traçam um plano, seqüestrar a filha de um poderoso e rico empresário chamado Park Dong-Jin (Kang-ho Song) e assim, obter o dinheiro necessário para o transplante da irmã. Mas quanto tudo parece estar correndo bem a irmã de Ryu morre. Acompanhado então pela pequena Yu-Sun, ele decide viajar para sua terra natal, porém algo inesperado acontece mudando a vida de todos. Mr. Vingança é um filme que marca por suas sequências, tendo um personagem que é surdo-mudo, nos deparamos com sequencias de minutos em que nenhuma trilha nos é oferecida, temos apenas a imagem de Kyu comendo seu macarrão, e isto se estende por longos minutos, este silêncio profundo me incomodou muito na primeira vez que vi o filme, no entanto entendi que era a intenção do diretor. O espectador deveria sentir como era ficar sem ouvir nada.
O segundo filme da trilogia, Oldboy centra-se na vida do personagem Oh Dae-su, que é perso logo depois de uma bebedeira. Ao sair da cadeia ele resolve ligar para casa. É aniversário de três anos da sua filha. Na cena seguinte acorda em um quarto onde há apenas uma televisão. Sem saber por quem e nem por que, Oh Dae-su fica preso durante 15 anos. Ao sair daquele lugar, procura entender o que se passou em sua vida. Mesmo afastado de tudo ele foi acusado de matar sua mulher. OhDae-su quer vingança. Custe o que custar. Para isto terá que viver uma história perturbadora, de fortes emoções. Olboy é o filme mais conhecido da trilogia, há rumores de que haverá uma adaptação americana dirigida por Spielberg e estrelada por Will Smith. Este segundo filme é marcado por cenas de extrema violência, como mutilações, facadas. Além de um momento que considero um dos mais marcantes que é quando Oh Dae-su como um polvo vivo em alguns minutos em uma sequência sem cortes.
O terceiro filme é Lady Vingança, Geum-ja Lee é condenada a treze anos de prisão pelo seqüestro e assassinato de um menino de seis anos de idade. Mas , na verdade ela encobre o verdadeiro assassino, seu namorado o ex-professor de inglês Baek. Quando Geum-já descobre ter sido traída pelo amante, ela inicia um maligno plano de vingança e, pacientemente, aguarda por sua liberdade para coloca-lo em ação. Lady Vingança é um filme mais colorido, a protagonista é uma mulher e a fotografia do filme é rica em nuances róseos e vermelhos.
O Quarto filme que é independente da trilogia da vingança se chama Sede de Sangue, o filme mais recente conta a história de um padre querido na cidade onde vive , lá ele se oferece como voluntário para os testes de uma vacina contra um novo vírus letal. Infectado acidentalmente com o vírus, seu corpo desfalece. No entanto, uma transfusão de sangue de última hora o traz milagrosamente a vida. Transformado em vampiro, ele passa a ter um grupo de devotos seguidores que acreditam que ele possui o dom da cura. O padre, no entanto precisa lidar com outras preocupações. O desejo incessante de sangue, e a paixão pela mulher de um amigo de infância.
Deve-se prestar atenção neste quatro filmes, no quanto os enquadramentos, diálogos, fotografia e edição diferem do cinema ocidental que estamos tanto acostumados.
terça-feira, 20 de julho de 2010
domingo, 16 de maio de 2010
Chico Xavier
Na última quarta feira fui ver Chico Xavier. Confesso que estava meio reticente em ver este filme, temia os exageros e apelações que geralmente filmes com temática religiosa tem como característica. Por fim fui conferir o longa. Já nos primeiros minutos me dei por satisfeito. O filme tem ótimos planos, uma fotografia maravilhosa e também uma boa direção. Os atores estão ótimos. O roteiro é o que mais me chamou a atenção, a forma como a história foi contada, a inserção de flash backs.
Só tenho a dizer que Daniel Filho está de parabéns. O que ainda me impressiona são os comentários postados na página de videos do you tube. Muitas pessoas criticando o espiritismo e outras defendendo. Em momento algum durante a sessão de cinema, eu questionei a veracidade dos fatos. O melhor a fazer é ir ao cinema para ver um bom filme e não para questionar a religião dos personagens.
Só tenho a dizer que Daniel Filho está de parabéns. O que ainda me impressiona são os comentários postados na página de videos do you tube. Muitas pessoas criticando o espiritismo e outras defendendo. Em momento algum durante a sessão de cinema, eu questionei a veracidade dos fatos. O melhor a fazer é ir ao cinema para ver um bom filme e não para questionar a religião dos personagens.
Segurança Nacional
Na semana passada eu estava com minha namorada na frente do Kinoplex. Ainda não sabiamos que filme iamos ver. Afinal já haviamos visto a maioria que estava em cartaz. Minha namorada então chamou minha atenção para Segurança Nacional.Lembrei me então que há alguns meses havia visto o trailer deste filme no You Tube.Me arrisquei então a ver o filme. Segurança Nacional é um filme que fala das ações do exército brasileiro para evitar que narcotraficantes invadam o espaço aéreo brasileiro. Tem como herói o astro global Thiago Lacerda.
O filme tem inúmeras falhas, deste erros de roteiro, fotografia e enquadramentos pobres,efeitos especiais que deixam a desejar, diálogos pouco convincentes e um final mais do que previsivel. Se o diretor tinha como intenção chegar ao status dos filmes B americanos, ele conseguiu.
A história se passa em Manaus, Brasilia e Santa Catarina. Um dos maiores furos é quando um narcotraficante da colômbia sequestra a filha de uma oficial da ABIN em Santa Catarina. Sim, a distância neste filme não existe. Outra coisa que me incomodou muito foi a falta de "Sinc" no filme, já que este foi dublado. Pensei que isto poderia ser da projeção, mas somente Milton Gonçalves, como o Presidente do Brasil, estava fora de "Sinc". Enfim, é um filme que não trás nada de novo exceto o fato de ser brasileiro. Por curiosidade até vale a pena ver. Pelo menos a direção e a produção deste longa, ainda tem um longo caminho a galgar para poderem produzir algo com qualidade.
O filme tem inúmeras falhas, deste erros de roteiro, fotografia e enquadramentos pobres,efeitos especiais que deixam a desejar, diálogos pouco convincentes e um final mais do que previsivel. Se o diretor tinha como intenção chegar ao status dos filmes B americanos, ele conseguiu.
A história se passa em Manaus, Brasilia e Santa Catarina. Um dos maiores furos é quando um narcotraficante da colômbia sequestra a filha de uma oficial da ABIN em Santa Catarina. Sim, a distância neste filme não existe. Outra coisa que me incomodou muito foi a falta de "Sinc" no filme, já que este foi dublado. Pensei que isto poderia ser da projeção, mas somente Milton Gonçalves, como o Presidente do Brasil, estava fora de "Sinc". Enfim, é um filme que não trás nada de novo exceto o fato de ser brasileiro. Por curiosidade até vale a pena ver. Pelo menos a direção e a produção deste longa, ainda tem um longo caminho a galgar para poderem produzir algo com qualidade.
sábado, 9 de agosto de 2008
O Documentário Brasileiro contemporâneo
O documentário já foi um produto que teve em sua maioria como público alvo, os freqüentadores de festivais, já que a exibição deste produto audiovisual sempre foi limitada à poucos meios de comunicação, como TVs públicas e alguns canais pagos.
Nos últimos tempos o documentário não só tem um público maior, como também diversificou os seus produtores. O que faz com que se inove a linguagem da produção audiovisual brasileira.
Um exemplo é a produção de documentários feitos preferencialmente para o youtube.
DOCUMENTÁRIO SOBRE ALDEIA EM NITERÓI
PARTE 01
PARTE 02
DOCUMENTÁRIO "PERTO DO MAR"
Nos últimos tempos o documentário não só tem um público maior, como também diversificou os seus produtores. O que faz com que se inove a linguagem da produção audiovisual brasileira.
Um exemplo é a produção de documentários feitos preferencialmente para o youtube.
DOCUMENTÁRIO SOBRE ALDEIA EM NITERÓI
PARTE 01
PARTE 02
DOCUMENTÁRIO "PERTO DO MAR"
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Lost, Natureza, Cultura e Questões Políticas

Por Cléber Alves
A polêmica e tão conhecida Série “Lost”, desde seu primeiro episódio, nos mostra um desastre de avião que faz com que cerca de quarenta pessoas fiquem isoladas em uma ilha que de inicio imaginamos ser um espaço isento de habitantes.
Os sobreviventes em um primeiro momento acreditam que serão resgatados, e que não passarão mais do que um dia naquele lugar. O que não é dificil de imaginar pensando no mundo em que vivemos hoje, com toda a tecnologia, radares e sistemas como o Google Earth, é dificil imaginar que ainda exista um lugar deserto no mundo, e que ainda assim com todo os sistemas de caixas pretas e radares, o socorro ao desastre demore mais do que 24hs.
No primeiro momento, a única alternativa aos náufragos é contabilizar os mortos e feridos, tentar descobrir aonde estão e como poderão pedir ajuda.
De inicio uma das personagens já se destaca, o médico Jack, todos ouvem atentamente suas instruções quanto ao socorro dos feridos, e alguns já aceitam suas palavras em relação a outras determinações, tais como ficar na praia ou explorar a floresta, e quem deve adentrar a selva desconhecida. Como nos primeiros episódios Jack foi sábio na maioria das vezes que pronunciou suas idéias e como era o único médico do grupo, alguns do grupo passaram a desejar seu consentimento e concórdia em relação a determinados assuntos.
Assim o grupo de sobreviventes acabam elegendo o médico Jack como seu representante. Todos os sobreviventes naquela ilha estão em condições de decidir o que fazer, mas ao consultar um homem para saber o que deve ser feito, estes estão delegando a este homem a função de garantir a paz, a sobrevivência.
Esta representação de todos os homens em um só individuo é uma das características de um Estado. Mas o grupo de sobreviventes de Lost não representam um Estado. Ao respeitarem Jack como seu representante, mesmo que isto nunca tenha sido dito, os sobreviventes do vôo 815 dão os primeiros passos para a construção de uma sociedade, uma vida coletiva a parte em uma ilha desconhecida, sendo que transferem seus hábitos e conhecimentos que adquiriram em suas vidas antes do acidente com o avião para a criação de uma civilização neste novo ambiente.
Um dos primeiros sinais desta organização é o velório de uma das personagens (Boone), anterior a morte desta, várias outras pessoas haviam morrido no acidente, mas esta foi a primeira vez que os sobreviventes se organizaram tal como fariam se estivessem em suas respectivas nações. Para Thomas Hobbes, a única forma de instituir um poder comum de forma que se possa defender os indivíduos de um grupo é nomear um representante ou uma assembléia que possa defendê-los de invasões estrangeiras e injúrias uns dos outros. Sendo assim pode-se dizer que o representante seria Jack, e uma assembléia seria composta por outros personagens importantes da trama, tais como Kate, Shawyer, Locke, Hurley e Sayd. Sendo o grupo de náufragos composto por estas personagens as decisões majoritárias estão restritas a elas.
Na série, a necessidade da concentração de poder é explicita, já que entende-se que em uma situação em que pessoas desconhecidas são vitimas de um desastre de avião e vão parar em uma ilha desconhecida, é necessário que seja instituído um poder suficientemente grande para que se possa garantir a segurança dos indivíduos, ao contrário, cada um irá confiar em apenas sua própria força e capacidade e usara disto para se impor perante os outros.
Com o decorrer da trama descobre-se que o grupo de sobreviventes do vôo 815 que vive na praia não é o único da ilha. Um outro grupo de sobreviventes também do vôo 815 foram para do outro lado da ilha,estes oriundos da cauda do avião, passam pela mesma forma de organização do outro grupo, mesmo contando com um número menor de pessoas. Este outro grupo é oriundo da cauda do avião, e é liderado pela ex-policial Ana Lúcia.
A esperança por um resgate também é presente na vida deste sobreviventes, entre as primeiras dúvidas do grupo esta se devem ficar na praia para facilitar um possível resgate, ou devem adentrar a mata desconhecida.
Após o desaparecimento de alguns dos indivíduos deste grupo, percebe-se que há outros habitantes naquela ilha e que por um motivo desconhecido estão “sequestrando” crianças e alguns adultos.

Em uma determinada noite, o religioso Mr. Eko mata dois homens que o atacaram durante seu sono. Mesmo tendo cometido o duplo assassinato em sua defesa Mr. Eko sente-se culpado e passa quarenta dias sem dizer uma só palavra.
O grupo para se defender dos “outros” (como chamaram aqueles que desconheciam) adentram a mata, sempre liderados por Ana Lúcia.
No meio do percurso descobre-se que entre o grupo há um traidor, um homem que não estava no avião, sendo então integrante do grupo dos “outros”. Em uma briga com Ana Lúcia tal homem é morto pela líder do grupo.
É importante ver as semelhanças e diferenças entre os dois grupos de sobreviventes. Ambos são oriundos do mesmo vôo 815, foram separados em lados opostos da ilha por uma questão do destino, tem como intento manter contato com a civilização e sair da ilha, mas mesmo sofrendo as mesmas situações de necessidade, incompreensão dos fatos ocorridos, os grupos agem de forma diferente.
O grupo liderado por Jack opta por ocupar as praias, de certa forma não é um grupo violento e luta pela sobrevivência e por socorro. Já o grupo de Ana lúcia, ao perceber que entre os seus poderia estar um traídor, aprisiona o suspeito em um buraco no chão, quando o traídor é descoberto morre. Este grupo então passa a ocupar lugares na ilha como um suposto “Bunker”, em primeiro lugar não esta sair daquele ambiente e sim se proteger dos “outros” e garantir a sua segurança. A partir do momento em que os dois grupos de encontram, surge a desconfiança e o conflito. O grupo de Ana Lúcia encontra com Sawyer, Jin- Soo, Michael. No primeiro momento o Ana Lúcia e seu grupo acreditam ter encontrado com “os outros”, isto explica a violência com que o grupo de Jack é tratado com extrema violência. Sendo que a violência também pode ser explicada pelo medo do desconhecido, e o ataque surpresa com a intenção de defesa.
Mesmo sendo oriundos do mesmo vôo, os grupos não se unem, dentre os motivos está a desconfiança, a paranóia de não poder confiar em ninguém a não ser naqueles que estão ao seu lado desde o inicio de sua estadia na ilha. Em determinado episódio os grupos criam uma linha imaginária aonde dividem a ilha e indivíduos de outro grupo não tem o acesso permitido.
Neste momento questiona-se o direito a propriedade em uma situação tão surreal, 2 grupos compostos por pessoas provenientes do mesmo vôo, portanto que passaram pelas mesmas dificuldades, e que possuem em comum o intento de descobrir aonde estão. Se estas pessoas chegaram à no mesmo momento, quem tem direito a propriedade? Na série a resposta é aquele que ocupou aquele espaço primeiro, a praia pertence a Jack e seu grupo, determinadas áres da floresta como as acomodações encontradas pertencem à Ana Lucia e seu grupo.
Esta desconfiança e paranóia por parte dos sobreviventes, nos faz pensar em um Estado de Guerra. John Locke define que homens vivendo juntos segundo a razão, sem um superior comum na terra com autoridade para julgar entre eles é chamado de estado de natureza , e já a força ou mesmo uma intenção declarada de força, sobre a pessoa de outro, onde não há superior comum na terra para chamar socorro é estado de guerra. Pode-se dizer então que o estado de guerra é sempre presente entre os sobreviventes do vôo 815 e “os outros” que habitavam a ilha antes do acidente. Os sobreviventes do desastre possuem “inimigos” em comum, a criatura invisivel que perambula pela floresta sem ser visto e que matou o piloto do avião, a fumaça preta que em determinado episódio é vista por alguns como a causadora da morte de Mr. Eko, e “os outros” que posteriormente se descobre que não se trata de pessoas selvagens e sim de pessoas que estão se organizando em uma vila. De forma que todas as pessoas que sequestraram tinham algo em comum, ou eram crianças, ou pessoas boas o suficiente para poder viver na vila dos “outros”.

Outro ponto importante na série Lost, é a interculturalidade das personagens, ou seja, vários indivíduos de diferentes nacionalidades partem de um vôo que sai da Austrália e se perde durante seu trajeto.
Durante todo o decorrer da série, o passado das personagens é mostrado ao espectador. Sendo que várias delas passaram por situações complicadoras de forma que a ilha acaba se tornando seu purgatório pessoal. Questões contemporâneas e políticas também são abordadas, a partir do momento em que se questiona o passado de Sayd, personagem Iraquiano, interpretado por um ator indiano.

Em relação a questão política, no inicio da primeira temporada da série, quando Sayd fica responsável por consertar um rádio transmissor que havia sido encontrado em posse do piloto, Saywer coloca em dúvida a integridade moral de Sayd, por este se tratar de um Iraquiano. Em determinado momento Sayd isola-se do grupo, por sentir vergonha por seus atos, como ter torturado Saywer para obter informações. O que os outros sobreviventes não imaginam é que tal ato, fora algo comum na vida do Iraquiano, já que este era um soldado da Guarda Republicana do Iraque.
Em Lost, é clara a necessidade que uma personagem possue da outra, é como se ninguém estivesse na ilha por um acaso do destino, e sim para completar pontos importantes de uma sociedade.
O médico Jack, é o responsável, o juiz. Isto é visto no momento em que Boone morre ao despencar da carcaça de um avião, e Locke mente ao narrar o acontecido. Locke e Kate possuem conhecimentos indispensáveis para a sobrevivência na selva, Ana Lúcia, ex-policial tem liderança e atitude para comandar um grupo.
Curta Metragem conceitual
Por Cléber Alves e Carol Bull
O curta retrata o despertar de um personagem superficial, que não tem nome nem fala. Ele não é apresentado para o público, e podemos ver somente fragmentos de seu corpo. Também não há cor, refletindo o tédio conseqüente da rotina de uma pessoa tipicamente urbana, resultado de todas as mudanças que resultaram na contemporaneidade. Há não só a repetição dos atos, praticamente robóticos de tão "usados", mas também da trilha sonora, em "looping". Ele caminha até o banheiro, escova os dentes, faz suas necessidades, e olha pela janela pensativo. Neste momento a trilha sonora muda: há uma quebra. A utilização de uma imagem totalmente antiestética mostra um acontecimento diferente nesta rotina -- o personagem vomita, significando seu cansaço, sua vontade de rompimento com aqueles acontecimentos tão recorrentes. A utilização desta imagem (e de muitas outras) reflete em uma escolha: quebrar com a estética tradicional do cinema, utilizando imagens que incomodam (e podem até enojar) a maior parte das pessoas.
Depois deste "evento" o personagem volta para o quarto e depara-se com outra pessoa deitada em sua cama. O movimento em suas mãos demonstra o ódio e a raiva, perante tal invasão de sua privacidade. Ele pega um travesseiro e sufoca o possível invasor de seu leito, com imagens que alternam o rosto (mostrado em sua completude pela primeira vez) com os pés de sua vítima. Parece-nos que ele está, na verdade, nos sufocando; isso refletido pelo ponto de vista da câmera, colocada na posição do invasor, provavelmente a forma como ele observaria seu sufocador se não tivesse um travesseiro em cima de seu rosto. Ele nos mata, nos sufoca, pois não consegue suportar a idéia de ter sua privacidade invadida, nem consegue encarar uma mudança tão brusca em sua rotina. Ele é um ser condicionado, e as mudanças despertam nele um instinto que é controlado por várias esferas sociais que nos impõe o "comportamento civilizado". Neste momento, ele é só instinto, abandonando totalmente suas "faculdades mentais". Segundo Freud e seus níveis de divisão do subconsciente, podemos dizer que ele é tomado pelo id e suas pulsões de morte. O alter-ego não consegue filtrar tais pulsões, e o personagem é tomado totalmente por um sentimento de "fazer morrer".
Ao término do sufocamento o homem vê então que o invasor que tanto se debateu na sua cama nada mais era do que ele mesmo. Em pânico o homem leva às mãos a cabeça e grita um grito que só podemos imaginar. Temos apenas sua expressão de dor e desespero em frente ao corpo imóvel dele mesmo, e a trilha sonora que nos influencia.
De repente, o ocorre um "susto" e há um fade-out branco. A câmera passeia pelo rosto do personagem, que ainda dorme, o que demonstra que tudo o que havia acontecido não se passava de pesadelo. Ele se debate e levanta, percebendo sua realidade. Ele suspira, mostrando que toda sua angústia vai embora com o ar que sai de seus pulmões, causada provavelmente pela música que ainda toca, agora mais baixa, vinda de fora do ambiente, agressiva, mas nem tanto.
Neste momento, abro um parênteses sobre a luz do vídeo. Ela é prioritariamente dramática; os contrastes entre momentos de escuridão e de luz dão um ar de mistério e suspense. Além disso, durante a maior parte do curta não podemos "acessar" a aparência do personagem, pois nunca é mostrando por inteiro na luz. Isso só acontece na escuridão, o que impede o espectador de ver o seu rosto. Isso também reflete como está seu humor: na escuridão de seu quarto, ele é puro ódio e instinto, características que ligamos à cor preta e cinza, predominantes nesse momento.
Podemos perceber que sim, houve uma mudança em sua rotina matinal, mas não tão grande. Foi apenas um pesadelo, reflexo de sua vida real, triste e infeliz, contemporânea e urbana, paranóica e controlada.
O curta retrata o despertar de um personagem superficial, que não tem nome nem fala. Ele não é apresentado para o público, e podemos ver somente fragmentos de seu corpo. Também não há cor, refletindo o tédio conseqüente da rotina de uma pessoa tipicamente urbana, resultado de todas as mudanças que resultaram na contemporaneidade. Há não só a repetição dos atos, praticamente robóticos de tão "usados", mas também da trilha sonora, em "looping". Ele caminha até o banheiro, escova os dentes, faz suas necessidades, e olha pela janela pensativo. Neste momento a trilha sonora muda: há uma quebra. A utilização de uma imagem totalmente antiestética mostra um acontecimento diferente nesta rotina -- o personagem vomita, significando seu cansaço, sua vontade de rompimento com aqueles acontecimentos tão recorrentes. A utilização desta imagem (e de muitas outras) reflete em uma escolha: quebrar com a estética tradicional do cinema, utilizando imagens que incomodam (e podem até enojar) a maior parte das pessoas.
Depois deste "evento" o personagem volta para o quarto e depara-se com outra pessoa deitada em sua cama. O movimento em suas mãos demonstra o ódio e a raiva, perante tal invasão de sua privacidade. Ele pega um travesseiro e sufoca o possível invasor de seu leito, com imagens que alternam o rosto (mostrado em sua completude pela primeira vez) com os pés de sua vítima. Parece-nos que ele está, na verdade, nos sufocando; isso refletido pelo ponto de vista da câmera, colocada na posição do invasor, provavelmente a forma como ele observaria seu sufocador se não tivesse um travesseiro em cima de seu rosto. Ele nos mata, nos sufoca, pois não consegue suportar a idéia de ter sua privacidade invadida, nem consegue encarar uma mudança tão brusca em sua rotina. Ele é um ser condicionado, e as mudanças despertam nele um instinto que é controlado por várias esferas sociais que nos impõe o "comportamento civilizado". Neste momento, ele é só instinto, abandonando totalmente suas "faculdades mentais". Segundo Freud e seus níveis de divisão do subconsciente, podemos dizer que ele é tomado pelo id e suas pulsões de morte. O alter-ego não consegue filtrar tais pulsões, e o personagem é tomado totalmente por um sentimento de "fazer morrer".
Ao término do sufocamento o homem vê então que o invasor que tanto se debateu na sua cama nada mais era do que ele mesmo. Em pânico o homem leva às mãos a cabeça e grita um grito que só podemos imaginar. Temos apenas sua expressão de dor e desespero em frente ao corpo imóvel dele mesmo, e a trilha sonora que nos influencia.
De repente, o ocorre um "susto" e há um fade-out branco. A câmera passeia pelo rosto do personagem, que ainda dorme, o que demonstra que tudo o que havia acontecido não se passava de pesadelo. Ele se debate e levanta, percebendo sua realidade. Ele suspira, mostrando que toda sua angústia vai embora com o ar que sai de seus pulmões, causada provavelmente pela música que ainda toca, agora mais baixa, vinda de fora do ambiente, agressiva, mas nem tanto.
Neste momento, abro um parênteses sobre a luz do vídeo. Ela é prioritariamente dramática; os contrastes entre momentos de escuridão e de luz dão um ar de mistério e suspense. Além disso, durante a maior parte do curta não podemos "acessar" a aparência do personagem, pois nunca é mostrando por inteiro na luz. Isso só acontece na escuridão, o que impede o espectador de ver o seu rosto. Isso também reflete como está seu humor: na escuridão de seu quarto, ele é puro ódio e instinto, características que ligamos à cor preta e cinza, predominantes nesse momento.
Podemos perceber que sim, houve uma mudança em sua rotina matinal, mas não tão grande. Foi apenas um pesadelo, reflexo de sua vida real, triste e infeliz, contemporânea e urbana, paranóica e controlada.
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